O método de oxicorte pode ser um mistério e desafio para muitas pessoas, porém, ele é muito utilizado na indústria. Essa técnica permite o corte preciso de materiais metálicos por meio da oxidação, também chamada de erosão térmica.
Com capacidade de atingir espessuras de até 250 mm, o uso deste método de corte é feito por meio de uma reação química capaz de separar materiais metálicos. Assim, esse procedimento pode ser feito de maneira manual ou mecanizada e é o oposto da soldagem.
Embora pareça muito simples, executar de maneira ágil e precisa exige técnica por parte do operador. Quer compreender melhor sobre o oxicorte? Continue navegando na Casa do Soldador e entenda benefícios, cuidados e formas de executar esse trabalho!
O que é o oxicorte?
No oxicorte são utilizados o gás combustível e o oxigênio para criar uma chama direcionada ao metal que deve ser cortado. O gás usado como combustível pode ser o acetileno, propano ou gás natural. A mistura dos gases ocorre no bico ou em uma parte do próprio maçarico.

A chama criada pelo processo aquece o metal e cria uma camada de óxido nele. Depois disso, o óxido reage com o oxigênio e forma uma reação química que libera mais calor, fazendo com que o material seja derretido.
Conforme o metal derrete, ele flui para fora do corte e separa o metal em duas partes. Atualmente, o oxicorte é mais utilizado na indústria naval e também para a construção de estruturas metálicas de grande porte, cortando chapas grossas e realizando cortes com boa precisão.
Como funciona o oxicorte?
Como vimos no tópico anterior, basicamente o funcionamento desse tipo de corte acontece pela mistura de um gás combustível com oxigênio, formando uma chama de alta temperatura que consegue cortar diferentes metais. Confira a seguir um passo a passo mais detalhado do processo:

- Suprimento de gás: o gás combustível escolhido, seja propano, acetileno ou gás natural, é armazenado em um tanque e depois misturado com o oxigênio diretamente na tocha, conforme for necessário.
- Ignição da chama: ao misturar o combustível com o oxigênio, essa mistura é inflamada já no maçarico, formando a chama utilizada para o corte;
- Pré-aquecimento: antes de realizar o corte em si, o maçarico é utilizado para pré-aquecer o metal que será cortado. Dessa forma, o material fica amolecido e facilita a realização do corte;
- Hora do corte: com o metal já pré-aquecido, o maçarico passa na linha de corte definida. Conforme o oxigênio reage com a camada de óxido formada no material, ocorre uma reação química que libera calor adicional e derrete o metal separando-o em duas partes;
- Remoção da escória: depois que o metal é cortado, é formada uma camada de metal fundido chamada de escória. Ela pode ser removida quando esfria e fica sólida.
Esse processo é muito eficiente para cortar metais pesados e grossos, como o aço ou o ferro fundido. Porém, ele pode apresentar algumas desvantagens, como a lentidão no corte e um acabamento áspero.
Quais gases são utilizados durante o processo?
Existem diferentes gases que podem ser usados no oxicorte, cada um com as suas vantagens e desvantagens. Confira a seguir os gases mais utilizados nesse procedimento:
- Propano: esse é um gás liquefeito do petróleo e você pode conhecê-lo por LP ou GLP. Ele é limpo, poderoso e seguro, além de ser barato. Porém, a sua desvantagem é não chegar a temperaturas tão elevadas quanto outras opções;

- Acetileno: um dos gases mais utilizados nesse processo de corte, o acetileno é incolor e bem inflamável. Além disso, ele é o mais quente dentre as opções disponíveis, porém, é caro e instável;

- Propileno: também é um gás liquefeito de petróleo, mas mais quente que o propano. Ele fica abaixo apenas do acetileno no quesito temperatura;

- Gás natural: uma fonte de combustível fóssil, o gás natural é feito de metano e pequenas quantias de líquidos de hidrocarbonetos e gases não hidrocarbonetos. Ele é fácil de ser encontrado, mas tem uma temperatura mais baixa que o acetileno e entrega pouca pressão.

Segurança no oxicorte: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Como o oxicorte envolve o manuseio de materiais inflamáveis e chamas em alta temperatura, a segurança deve ser uma prioridade. O operador precisa estar equipado com EPCs e EPIs adequados, além de seguir normas de segurança para prevenir acidentes.
Os principais itens de proteção incluem:
- Óculos de proteção para evitar fagulhas e radiação da chama;
- Protetores auriculares, devido ao ruído gerado durante o processo;
- Luvas resistentes ao calor e mangotes para proteger os braços;
- Aventais e perneiras de couro para evitar queimaduras;
- Calçados de segurança com solado antiderrapante e biqueira reforçada.
Além do uso dos EPIs, é crucial garantir que as vestimentas estejam sempre livres de óleo ou graxa, uma vez que esses materiais aumentam o risco de incêndio. A seguir, algumas medidas adicionais de segurança:
- Certifique-se de que não há materiais inflamáveis próximos ao local de trabalho;
- Antes de iniciar o corte, faça testes para identificar possíveis vazamentos de gás, utilizando água ou sabão;
- Durante o processo, mantenha a chama e as faíscas distantes dos cilindros de gás e mangueiras;
- Finalize o trabalho fechando corretamente as válvulas e verificando possíveis focos de incêndio.
Manter um extintor de incêndio em boas condições por perto é uma medida indispensável para qualquer operação de oxicorte.
Quais são as vantagens e desvantagens do oxicorte?
O oxicorte é utilizado já há muito tempo na indústria e, com o passar dos anos, foram surgindo outros métodos mais eficientes para determinados tipos de corte. Mesmo assim, esse processo antigo se manteve por conta da sua simplicidade e economia. Confira a seguir as principais vantagens e desvantagens do oxicorte:

Vantagens
- Economia: ele é mais barato do que outros tipos de corte, sendo bem econômico para determinadas situações;
- Versatilidade: o oxicorte pode ser usado com diferentes tipos de metais;
- Fácil de usar: esse processo de corte é fácil de ser operado e precisa de um treinamento mais simples em comparação com outras técnicas;
- Portabilidade: além de não precisar de eletricidade, o equipamento necessário para realizar o oxicorte é mais simples, tornando-o uma opção com boa portabilidade para diversos tipos de soldagem.
Desvantagens
- Baixa precisão: quando comparados com cortes de plasma, por exemplo, o oxicorte possui uma precisão menor e que pode não ser a ideal para determinadas situações;
- Lentidão no corte: esse processo também é mais lento do que os outros, o que pode gerar um gargalo na hora de cortar muitos materiais;
- Arestas ásperas: apesar de ainda serem um pouco lisas, as arestas são mais ásperas do que em outros métodos;
- Pouca variedade de materiais: o oxicorte funciona com poucos tipos de metais, não funcionando com outras matérias-primas, como a cerâmica.
Quais são os principais usos desse tipo de corte?
O oxicorte pode ser utilizado em diferentes tipos de indústria, desde a construção naval até a de estruturas metálicas. Ele serve para o corte e molde de peças metálicas utilizadas em máquinas, veículos e outros itens.

Além disso, ele também é muito usado em reparos automotivos, manutenção de estruturas, demolições e até trabalhos artísticos, servindo para cortar esculturas de metal e outros elementos.
Equipamentos necessários para realizar o oxicorte
Esse procedimento também necessita de alguns equipamentos específicos para a sua realização. Confira a seguir tudo o que é importante para fazer o seu oxicorte:

- Maçarico de oxicorte;
- Fonte de oxigênio;
- Regulador de gás;
- Mangueira;
- Bico de corte, aquecimento ou soldagem;
- Dispositivo de ignição;
- EPIs.
Qual material pode ser oxicortado?
Basicamente, essa mistura de gás e combustível é capaz de oxidar amplamente todos os aços, exceto materiais com baixa reatividade ao oxigênio ou não oxidantes como cobre, alumínio, latão, aço inoxidável, entre outros. Entretanto, a distribuição de calor pode variar entre 660 °C a 1250 °C; tudo vai depender do tipo de material.
Entendeu como funciona esse método de corte de peças metálicas? E, aqui em nosso blog, você pode aprender mais sobre diversas outras técnicas, como a soldagem por resistência. Continue navegando e confira nossos outros conteúdos!